Médicos sem condições de trabalho "empurrados" para fora da instituição e do SNS.
O serviço de urgência do Centro Hospitalar de Leiria, esteve encerrado a ambulâncias e Via Verde AVC no dia 26 de Setembro.
A denúncia foi feita por médicos no serviço de urgência, desgastados com a situação, que consideram que a manutenção da Urgência Geral de porta aberta na ocasião seria um grave erro e um enorme risco para a saúde e segurança de utentes e profissionais.
O desgaste sentido por esses profissionais leva mesmo a pedidos de rescisão de contratos, com os profissionais a lamentarem "a que se assista ao desmoronar do SNS".
Na denúncia, é considerada "absolutamente gritante a falta de meios humanos e físicos para tratar qualquer utente nestas condições" e dada a sobrecarga de doentes e de situações "com condições abaixo de mínimas para tratamento atempado e criterioso de cada uma das situações clínicas" é declinada "qualquer responsabilidade decorrente de tratamento inadequado, desajustado ou para lá do tempo admissível.
Apesar das inúmeras denúncias efectuadas nos últimos anos, inclusivamente pelo Sindicato dos Médicos da Zona Centro, não se registam melhorias nas condições de trabalho no Serviço de Urgência deste Centro Hospitalar.
Na data em questão, com o turno a iniciar-se pelas 20h, eram 2 (dois) elementos, dos quais 1 (um) assistente hospitalar e 1 (uma) interna do 1º (primeiro) ano. Existiam 42 (quarenta e dois) doentes admitidos em urgência, a cargo da Medicina Interna: dos doentes em lista 23 (vinte e três) estavam na área laranja, 15 quinze na área amarela e 3 (três) na área verde, estando triados a aguardar primeira observação 2 (duas) doentes com prioridade laranja, uma das quais aguardando observação há 3 horas e 45 minutos.
Além de todos estes doentes, a equipa era ainda responsável pela sala de emergência e reanimação, incluindo a via verde de AVC, assim como o apoio aos pisos do hospital – 120 camas de Medicina Interna e todos os outras solicitações de outras especialidades que assim o entendam, dando ainda "apoio telefónico" aos SUB de Pombal e Alcobaça.
O SMZC volta a apelar e a exigir mudanças no Centro Hospitalar de Leiria, sob pena de na sua ausência, colocar em perigo a população de Leiria
A direcção do SMZC